terça-feira, 31 de maio de 2011

A Outra

Desde o terceiro encontro, ela já lhe prometera amor eterno. E realmente acreditava que o amaria até o fim da sua vida, ou melhor, o amaria até mesmo em outras dimensões, fosse no céu, no inferno ou no purgatório. E ela sofria e derramava lágrimas todas as noites, quando lembrava que ele não estava ao seu lado naquele instante, ou em outras ocasiões tão banais, mas que para ela assumiam um formato importante, já que, desde a primeira vez em que se amaram, ela foi a outra. Justamente ela, que jamais se imaginou uma amante, a segunda opção, o escape de um homem, aquela que nunca teria o direito de ter o seu homem nos domingos e nas datas comemorativas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Velhinho do Algodão-Doce Ainda Vive

Semana passada, em mais um dos muitos momentos ‘ônibus lotado’ que assolam minha vida, tive uma prazerosa surpresa ao me deparar com um velhinho sofrendo para subir e se assentar na lotação: olhei um tanto de canto, por cima dos óculos e o reconheci: era o mesmo vendedor de algodão-doce que morava bem pertinho da minha escola. Morava ou ainda mora. O seu nome eu não lembro, na verdade acho que nunca soube. Ele era apenas o tio do algodão-doce. Um detalhe importante é que ele não somente vendia a guloseima, mas também a fabricava.